Esta é a descrição do ser
enigmático, conforme a interpretação linguística das palavras. Pois desta forma age, querendo dizer o
que não pode falar, pois o é de difícil interpretação.
Te xto escrito em: 14-12-2003
Sua
própria auto descrição metafórica há de revelar quais são os sintomas, que vivem
a sinalizar do mais
profundo de sua alma.
Estudiosos
e supostos especialistas também não conhecem o que vai por dentro desta ostra, que nunca se tornará uma pérola comercial e de valor venal.
Pois é muito mais fácil ser
avaliado pelo exterior, ser aplaudido ou discriminado pelo que se fala ou se apresenta, cuja realidade em suas metonímias
não são conhecidas, pois é de fato onde se alojam seus reais desejos e não há
quem possa ler.
É também uma ambiguidade, em
que se manifestam pela obscuridade das palavras e expressões, quer em seus
improvisos ou inspirações literárias escritas, nelas subsistem as verdadeiras
páginas da alma, deste ser humano que grita por socorro e não há quem o
entenda.
Sendo assim, uns aplaudem,
outros tentam reconstruir, outros inconscientemente destroem.
Já para os que acreditam no
processo do decifrar de mistérios, buscam nele a magia do outro, ou até mesmo a
sua própria mística de desvendar o presente, o passado e o futuro com supostas
ações proféticas adormecidas.
Será que encontrará alguém
com mais poder que sua própria obstinação de superação a fim de colocá-lo no
patamar da real humildade ?
A sujeição e plasticidade
servil à busca do encontrar em quem possa realmente confiar ?
O seu ser, de difícil e quase
impossível entender, em virtude da sua peculiaridade inatingível pelo outro. As dificuldades quanto a
compreender este sujeito enigmático, requerem que haja uma verdadeira simbiose,
uma regressão anímica ou
até mesmo o encarnar para se sentir a dor do outro.
Inconfessáveis pensamentos,
que só a alma consegue penetrar no que subjaz da ante sala da construção e
elaboração dos pensamentos latentes, que reprimem com atitude da preservação da
saúde psíquica deste sujeito.
Os comportamentos arbitrários
o levam a agir em função a uma voz interior cuja inspiração
procede de baixo ou
de cima, do que poderíamos chamar de Deus, do próprio eu ou de outra inspiração
que não seria nenhuma das duas anteriores.
Seus atos quase sempre são
confirmados pelo bem, sua capacidade de omitir ou de descartar atos que possam
ser condenados, torna-se sua própria defesa e segurança de se manter em
evidência.
Suas
arbitrariedades hão sempre de ser
fortalecidas com o poder da palavra persuasiva, que convencerá seus espectadores de que não foi uma decisão
impensada, mas sim o poder de juízo que
lhe foi constituído pela palavra de poder.
Apresentar-se também como
caprichoso, é concordar com sua própria obstinação e inconstância na
variabilidade da forma, movimento e estrutura que compõem este indivíduo
holístico, misterioso, cujos olhos penetram além do físico à busca de encontrar
a verdadeira essência nos fatos e atos, de modo intra e metafísico através da
comunicação transpessoal.
Finalmente ser enigma é ser
também imprevisível, cujo discurso não elaborado academicamente, aparece não só
no imprevisível mas no improviso do jogo da linguagem, a fim de atingir
corações, o âmago do outro, e tanger as
feridas a fim de tratá-las e cicatrizá-las em seu interior.
É ser imprevisível em suas
próprias ações, planejamentos e intentos. Sua imprevisibilidade só não permite que alguém sem
permissão venha escrutinar seus
anseios, desejos veementes, pois seu inesperado agir o colocará em estado de
agressividade, e sua pulsão de morte e vida se exacerbará de modo ‘inconsciente’ levando-o
ao caos.
Este é o
auto retrato do ENIGMA...
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